Cerca de 12 mil novos casos de câncer infantil são registrados no Brasil a cada ano, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O número é alto, mas o câncer em crianças e adolescentes é considerado uma doença rara – no mundo, apenas 3% do total de casos de neoplasias malignas acometem jovens ate 25 anos.
Dados do Inca também apontam que, a cada um milhão de crianças de 0 a 5 anos, temos 200 casos; na faixa dos 5 aos 10, a média cai para 100.
Não existe uma causa específica para o surgimento do câncer em crianças – ao contrário do que acontece nos adultos , não há uma relação entre o câncer e os hábitos de vida ( como fumo x câncer de pulmão ).
O que se sabe é que ele é causado por alterações em células embrionárias primitivas e imaturas, isto é, ainda em fase de crescimento, o que faz com que a evolução da doença geralmente ocorra de forma mais acelerada nas crianças do que em adultos.
A boa notícia é que a taxa de cura é alta na infância e os efeitos do tratamento são menores também.
O câncer mais comum na infância é a leucemia . Ele ocorre devido à uma produção anormal de células sanguíneas pela medula óssea , mais jovens e imaturas .Os principais sintomas da leucemia decorrem do acúmulo dessas células na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos vermelhos (causando anemia), dos glóbulos brancos (causando infecções) e das plaquetas (causando hemorragias).
Sintomas
• palidez;
• cansaço além do normal ;
• perda de peso;
• infecções de repetição;
Por isso a associação com a anemia é comum, já que parte dos sintomas iniciais são inespecíficos e muito comuns ao quadro de anemia . Mas no caso da leucemia , há outros sintomas de gravidade e progressivos , como :
• febre intermitente ;
• sangramentos vivos (na urina e no vômito) ;
• sangramentos : manchas roxas merecem atenção, principalmente se aparecerem em locais onde as crianças não costumam sofrer traumas durante as brincadeiras – como a região de barriga , panturrilhas , parte interna do braço;
• dores ósseas ( braços e pernas doloridos) : especialmente as que chegam a fazer a criança parar de brincar, também podem sinalizar que algo não vai bem. Vale ficar atento se não houver nenhum relato de trauma no local.
• aumento de gânglios linfáticos – a principal preocupação das mães é o “caroço ” no pescoço, que podem estar associados a dores de garganta e outras infecções , não sendo um sintoma isolado;
A criança vai evoluindo com sintomas de maior gravidade , sendo necessária a consulta com o pediatra. O exame de sangue comum ( hemograma ) indica uma suspeita , que será confirmada pelo mielograma.
Muitas crianças foram diagnosticadas após o hemograma completo , um exame simples , feito na rotina pediátrica.
Tratamento
A escolha do tratamento depende do grau de evolução da doença, do tipo de tumor e da idade do paciente. Pode ser quimioterapia, radioterapia ou cirurgia, combinados ou não, mas a radioterapia é bem pouco usada em crianças, pois produz mais efeitos colaterais a longo prazo.
Os tecidos do organismo da criança afetados pelo câncer ainda estão em fase embrionária, elas respondem melhor à quimioterapia e são mais tolerantes a ela. Por isso, podem receber doses altas e se recuperam bem mais rapidamente. Vale destacar que, com a diminuição da toxicidade da quimioterapia e a evolução dos remédios usados para diminuir seus efeitos colaterais, hoje as crianças sofrem muito menos com o tratamento.
A dica é a atenção aos sintomas e o diagnóstico precoce para uma evolução mais favorável .
Fica a dica.