A introdução do famoso complemento na maternidade, logo após o nascimento do bebê, é uma prática corriqueira e a sua indicação se dá por alguns motivos : permitir que a mãe durma à noite, ausência ou reduzida produção de colostro, risco de hipoglicemia, entre outros .
Mas não devemos dar o complemento até o leite descer e vou te explicar o porquê.
Durante a gravidez, especificamente após a 20ª semana de gestação, a mama já está pronta para produzir leite, que chamamos de pré-colostro, mas o faz em pequena quantidade, porque a placenta inibe a ação do hormônio responsável pela produção do leite (a prolactina). Com o parto e a saída da placenta, ocorre um aumento na concentração da prolactina no sangue, induzindo o início da produção do leite (colostro).
O colostro é um líquido amarelo, espesso e denso, capaz de nutrir e satisfazer o bebê. Ao nascer, o estômago é bem pequeno e o colostro é o alimento ideal para que ele se adapte a nova vida fora do útero.
E então, entre 24 a 48 horas após o parto, as mamas aumentam de tamanho, ficam mais quentes, sensíveis e dolorosas, o que chamamos de Apojadura , a descida do leite .
Mas se não houver o estímulo nas primeiras 48 horas após o parto , a produção de leite pode ficar prejudicada . A sucção do bebê na mama é o principal estímulo para a descida do leite , por isso a Sociedade Brasileira de Pediatria indica o início do aleitamento , a primeira “pega” já na primeira hora de vida do recém-nascido.
O problema da “pega“
Muitas vezes a frustração de um mal “encaixe” transforma a hora de amamentar o filho em um momento de estresse para a mãe. O problema é que quanto mais estresse, mais difícil é amamentar. Diante desta situação muitas vezes a mãe acaba decidindo combinar a amamentação natural com o leite artificial, até chegar a abandonar o aleitamento materno completamente.
É recomendável que você tire todas dúvidas sobre amamentação com o seu médico. Muitas vezes esses problemas podem ser resolvidos facilmente.
Mas doutora , ele mama o tempo todo . Acho que meu leite é fraco e não sustenta 
Nos primeiros dias o bebê precisa ser amamentado frequentemente, isto significa de 10 a 12 vezes por dia, pois o seu estômago é bem pequeno e o leite materno é de fácil digestão.
Lembre-se de que todo bebê chora ! O choro é a única maneira que o bebê tem de se comunicar e não só de fome o bebê chora. Pode chorar de dor, calor, frio, fralda suja, necessidade de ficar perto da mãe entre tantas outras coisas.
É importante que a mãe acredite na sua capacidade em amamentar, que tem sim leite suficiente para nutrir o seu bebê. Quanto mais o bebê mamar, mais leite será produzido.
Quando usamos complemento ?
Existem vários motivos , a maioria relacionada a prematuridade ou a doenças congênitas . Bebês que foram internados logo após o nascimento , por infecções ou doenças , podem necessitar do complemento para atingir um ganho de peso satisfatório .
O complemento, nestes casos , é temporário . O objetivo é evoluir para o aleitamento materno exclusivo . Ele pode ser feito através do uso de sondas ou do copinho.
Mas a opção sempre deve ser da mãe e do pediatra ! Palpites de terceiros só trazem angústia a um momento tão delicado . Seja a opção por aleitamento exclusivo ou não , cada binômio mãe e bebê é único – não pode ser comparado ou questionado .
Com qual frequência devo dar o complemento para o bebê?
Assim como com o aleitamento materno, os especialistas recomendam que não deve haver um cronograma rígido para oferecer a mamadeira nas primeiras semanas do bebê.
Geralmente, os médicos recomendam começar com uma dose de 30 ml e ir, progressivamente, aumentando com outros 30 ml, à medida que a criança tomar tudo.
Fica a dica .