A anemia for falta de ferro atinge cerca de 50% da população infantil no Brasil , segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria . Doença comum e de repercussões sérias, tem pouca relevância para os pais . Não é raro atender pais despreocupados e relapsos com relação ao tratamento , por considerarem uma “doença comum”.
A anemia ocorre quando a produção de glóbulos vermelhos diminui, deixando a concentração de hemoglobinas abaixo do normal. Esta importante proteína absorve e transporta oxigênio aos tecidos e sua baixa concentração compromete o bom funcionamento do organismo. O tipo de anemia que mais afeta as crianças é a ferropriva, de origem nutricional, decorrente da diminuição da ingestão de ferro dos alimentos.
A prevenção é simples, com uma dieta equilibrada e que contenha alimentos ricos em ferro. Com a alimentação complementar introduzida à dieta da criança, é importante incluir itens como frutas, verduras e legumes, ricos em ácido fólico e ferro.
O leite materno é uma importante fonte desse e de outros nutrientes para os bebês, especialmente até os seis meses.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
O diagnóstico é feito através de um exame de sangue simples , o hemograma completo.Se o resultado confirmar que seu filho tem anemia, não precisa se desesperar. O tratamento é simples: a criança tomará suplementação de ferro medicamentosa, para suprir a carência do nutriente e equilibrar os níveis de hemoglobina.
O problema é o tempo de tratamento , cerca de 3 meses. É comum os pais deixarem de medicar a criança após o segundo mês e não retornarem para uma nova avaliação clínica.
Outro entrave é a mudança dos hábitos alimentares. Os pais oferecem muitos laticínios ( leite e derivados ) e carboidratos , com pouca variedade de frutas e verduras . Para a criança anêmica, só o tratamento não basta , tem que mudar a dieta . Só assim se faz alcança a cura e a prevenção.
Problemas decorrentes da anemia 
É fundamental entender que a anemia é o último estágio da carência de ferro.Os primeiros sinais são palidez, fadiga, fraqueza, sono excessivo e inapetência.
A criança deixa de ganhar peso e o apetite diminui. A imunidade cai e o bebê fica doente com mais frequência . Com o desenvolvimento do quadro de anemia , as infecções se tornam mais graves , de resfriados a pneumonias , infecções rede ouvido .
O rendimento escolar é menor . A criança fica apática e distraída , com dificuldade de aprendizado e memória. Estudos recentes demonstram que uma anemia não tratada na infância pode reduzir em até 34 pontos o QI na fase adulta.
Os glóbulos vermelhos levam oxigênio e nutrientes ao cérebro . Se há uma redução do número de células,o sistema nervoso e outros órgãos são afetados , de forma irreversível.
Novas recomendações de suplementação de ferro
Todo pediatra segue a recomendação do Programa Nacional de Suplementação de ferro do Ministério da Saúde , que preconiza o uso do ferro por via oral para bebês a partir do sexto mês até os 2 anos de idade .
Mas , após novo consenso da Sociedade Brasileira de Pediatria, publicado em 2018 , a suplementação com ferro deve ser iniciada aos 3 meses de idade e mantida pelo menos até o segundo ano de vida, independentemente do regime de aleitamento.
Fica a dica .