Parece mas não é : a alergia ao leite de vaca não é uma doença comum – atinge cerca de 5% das crianças até 3 anos de idade . Os principais fatores de risco para a APLV são a genética (crianças com pais alérgicos são mais propensas a desenvolver o problema) e a exposição precoce às proteínas do leite de vaca.
Sintomas
Dependendo da gravidade da alergia, os sintomas podem surgir alguns minutos, horas ou mesmo dias após a ingestão de leite. Nos casos mais graves, até o contato com cosméticos que contêm leite na composição podem desencadear sintomas.
Quadro clínico mais comum :
- Vermelhidão e coceira na pele;
- Vômito em forma de jato;
- Diarreia;
- Cólica intensa e dor abdominal ;
- Diarreia ou fezes com presença de sangue;
- Dermatite e urticárias;
- Tosse, chiado ou falta de ar.
Diagnóstico
A primeira etapa consiste em uma avaliação da história clínica do paciente para investigar, por exemplo, os sintomas, os alimentos associados ao quadro e os tipos de reação. Se houver associação positiva , realiza-se uma prova terapêutica , retirando a proteína do leite de vaca da dieta por um período .
Exames laboratoriais não são indicados nos primeiros 2 anos de vida . A probabilidade de um resultado ser um “falso- negativo” é grande . Nesta faixa etária , a observação clínica é primordial para o diagnóstico da doença .
Alguns exames podem ser realizados para auxiliar o diagnóstico de alergia alimentar, tais como:
1) RAST: exame de sangue indicado para pesquisar a presença de anticorpos IgE (responsáveis pela alergia) para o alimento suspeito de desencadear alergia alimentar.
2) Teste cutâneo (Prick teste) – é um teste realizado na superfície da pele usando alérgeno dos alimentos suspeitos. A leitura do resultado é feita após 20 minutos. A reação é positiva quando surgir uma pápula igual ou maior que 3 mm no local. Isto é indicação de que ocorreu reação entre o alérgeno aplicado na pele e células da pessoa, isto é, significa que a pessoa tem anticorpo IgE para aquele alimento.
Tratamento
Não há um medicamento específico que trate a APLV. A principal forma de aliviar os sintomas é seguir uma dieta livre dos itens que provocam a alergia. Em algumas situações, é possível fazer com que o paciente se torne tolerante à proteína do leite de vaca por meio de técnicas de dessensibilização, nas quais busca-se uma maior aceitação a partir da introdução de pequenas quantidades do alimento.
Para os bebês que ingerem fórmulas, a recomendação é substituir pelas versões com proteína hidrolisada, que é melhor tolerada por conter uma molécula menor. Já as crianças que apresentaram os sintomas durante o aleitamento materno exclusivo, a amamentação deverá ser mantida, mas a lactante terá que excluir os lácteos do cardápio, porque há possibilidade de as proteínas serem transmitidas pelo leite da mãe.
O período de tempo em que o indivíduo permanecerá alérgico também é uma incerteza. Existem trabalhos nos quais se demonstra que 50% das crianças deixam de ser alérgicas ao leite já no primeiro ano de vida; 70% por volta dos dois anos e 85% até os três anos de idade.