A adolescência do bebê ou o famoso “terríveis dois anos ” já ouviu falar? Pois é , nesta fase que a criança passa a se comportar de modo contrário às ordens dos pais. De repente, a criança que era obediente e fofinha passa a berrar e espernear diante de qualquer pedido. Bate, debate, atira o que estiver à mão ao chão e choraminga cada vez que solicitamos algo. Diz não para tudo, resiste em seguir qualquer orientação – para trocar uma roupa, sair de um local ou guardar um brinquedo.
POR QUE ISSO ACONTECE?
Nos primeiros anos de vida do bebê, ele só engatinha e é totalmente dependente. Não consegue comer sozinho, tampouco falar. Dos 10 meses em diante, já está apto a andar e começa a desenvolver autonomia para ir e vir. A partir dos 2 anos, a criança já consegue se expressar e frases como “eu quero” ou “é meu” passam a ser usadas constantemente, além de ele se comportar de modo contrário às solicitações dos pais.
Na prática, a criança passa a verbalizar aquilo que deseja (ou não). E é aí que começam os conflitos entre pais e filhos.

O QUE EU FAÇO?
Primeiramente, descarte palmadas, tapas, puxões de orelha ou qualquer outro comportamento agressivo para tentar conter a birra. Jamais ceda às manipulações, como choros, pedidos de ajuda e reclamação . Avise-o de que só vai conversar depois que ele se acalmar. Opte por disciplinar a criança após a birra, que é o momento em que ela está colocando para fora sua frustração e seu descontentamento.

Após ela parar de fazer a birra, você se abaixa para conversar. É sempre muito importante que a criança compreenda o que fez e o porquê de sua ação. Evite dar broncas e repreender seu filho na frente de outras pessoas para que ele não se sinta constrangido e você também. Uma dica bacana para mudar o foco da birra é chamar a atenção da criança para outra situação. Mostre um objeto ou comece a falar de outro assunto.
A família tem papel fundamental no processo de aprendizagem, porque os filhos refletem os hábitos, as atitudes dos pais, como se fossem um espelho. Então, se o pai ou a mãe grita demais ou fala palavrão, por exemplo, a criança vai assimilar aquilo como sendo correto e repetir .

Na hora, o pai ou a mãe deve se abaixar na direção do filho, falar olhando diretamente nos seus olhos e explicar o que houve de errado. Por exemplo: ‘olha, a gente te ama, mas o que você fez foi muito feio e nos deixou triste. Espero que isso não se repita’. É importante usar palavras de carinho junto com a advertência. É necessário conversar e explicar.
DICAS
• Eles podem decidir pequenas ações do dia a dia, como o sabor do sorvete e que cor de camisa usar, que brinquedo levar pra praça, etc. Porém, outras decisões não podem entrar em negociação de jeito nenhum, como a hora de ir pra cama, comer legumes ou usar a cadeirinha dentro do carro.
• Entenda que é uma fase de aprendizado e mostre o caminho. Converse com o seu filho antes e depois de sair de casa. Explique o que irá acontecer e como espera que ele se comporte

• Se o seu filho costuma fazer birra em lojas de brinquedos, shoppings, parques e supermercados, procure conversar com ele antes e explique que vocês só irão fazer um passeio e que não poderão comprar nada.
• Se algo der errado no passeio, procure demonstrar que o ama muito, mas que o que ele fez foi errado e que deixou todos magoados.
• Nunca ameace e não diga ao seu filho que irá deixar de gostar dele, se ele fizer birra. Isso só gera mais raiva e insegurança na criança.Lembre-se, nessa idade, ela é o reflexo de nossas ações.
• Não sobrecarregue a criança com muitos afazeres e atividades, isso pode deixá-los cansados e consequentemente irritados. Além da rotina puxada da escolinha , muitos pais colocam os pequenos no ballet, música, natação, jazz. Cuidado para não sobrecarregar a criança. Dessa forma, o convívio familiar fica muito restrito, o que pode aumentar dificuldades de relacionamento e estresse nos pequenos.
• É importante estimular a criança a realizar tarefas sozinhas, desde que esteja de acordo com a sua idade, claro. Procure introduzir alguma tarefa que esteja mais perto do cotidiano da criança. Por exemplo, depois de brincar, estimule o seu filho a guardar os brinquedos, para que ele já entenda o que é organização, ou ajude-o a arrumar os livrinhos na estante dele.

Educação demanda tempo, esforço e paciência, mas é uma responsabilidade dos pais. Todos sabemos que os pais chegam esgotados do trabalho e não têm muito tempo ou energia para cuidar dos filhos. Por isso, em vez de interagir com a criança, oferecem-lhe um jogo ou o celular para entretê-los. Mas a partir do momento em que a pessoa tem filhos, é importante estimular o vínculo com eles! Não espere que eles se adaptem a sua rotina. É você que se adapta a rotina deles.